domingo, 20 de setembro de 2015

Ritos de Passagem: O Filho se Torna o Pai



Estava lendo um livro de Nietzsche e, em um de textos, ele fala sobre como, em muitos momentos da vida, nós passamos por mudanças drásticas, que alteram tanto o seu modo de enxergar o mundo como a visão que as outras pessoas têm de você.

São os "ritos de passagem".

Analisando a nossa vida, podemos identificar vários ritos de passagem. Às vezes coisas bobas, como sair da alfabetização e passar para o primário, têm um efeito de rito para a criança.

Eventos religiosos, como Crisma para católicos, Bar Mitzvah para judeus ou o casamento em diversas religiões, também podem entrar nessa categoria.

Sinto que estou passando por um desses ritos de passagem. Ele se iniciou no dia em que descobri a gravidez da minha esposa e imagino que se conclua após o nascimento do meu filho.

É um rito lento e, talvez, um dos mais importantes. Vou deixando de ser apenas um homem e me tornando um pai.

Vou deixar de ser apenas o filho de Antônio para ser o pai de Rafael.

Ganhei mais uma data comemorativa no ano: o dia dos pais!

Tanto eu estou mudando como percebo que as outras pessoas me olham diferente.

Eu sou aquele tipo de pessoa que não interage muito com vizinhos. Mantenho-me na boa educação desejando "bom dia", quando passo  por um. E fica nisso. De uma hora pra outra, os vizinhos começaram a bater papo comigo no elevador. "É você que vai ser pai, né? É menino ou menina?".

Quando eu pedia uma pizza e subia pelo elevador, ninguém nunca me perguntava o sabor ou onde eu tinha comprado, mas basta levar coisas de criança,  tipo um carrinho de bebê ou almofadas do enxoval, que todo mundo vira seu amigo e te dá opiniões, mesmo naqueles segundos que duram a viagem até o meu andar.

Provavelmente terei que ser mais sociável e participar das festinhas do prédio.

É,  Rafael... Você veio pra agitar nossa vida! E estamos muito felizes em sair da zona de conforto em que estávamos.  Estou extremamente feliz em entrar pro time dos pais!

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