quinta-feira, 2 de julho de 2015

Vou Projetar Meus Sonhos no Meu Filho?



Rafael ainda nem nasceu, mas nós já ficamos imaginando tudo o que queremos proporcionar para ele.

"Vamos botar num curso de inglês, logo cedo. Aproveitamos e colocamos no espanhol e francês para ele ser poliglota! Também vamos dar uma guitarra para que ele seja músico e criar sua banda de Rock! Opa! Vamos colocar na escolinha de futebol. Quero ver o moleque na seleção! E, óbvio, na natação. Se segura Olimpíadas!"

Então me peguei pensando. Estou projetando em meu filho, meus desejos frustrados? Até que ponto isso é prejudicial?

Andei lendo um pouco sobre isso e parece que é a coisa mais normal do mundo. O que não significa que é certo.

Fatalmente, vamos apresentar a nosso filho as opções de vida que queremos que ele tenha, baseados no que achamos ser o melhor caminho. O problema, como tudo na vida, é o excesso. Rafael não vai ser um bonequinho que eu vou moldar da minha forma. Vai que ele não quer a guitarra e prefere o cavaquinho pra ser (Deus nos livre) pagodeiro? Ou que vai odiar futebol e preferir o xadrez? O perigo é querer forçar algo que seu filho não queira.

Já pensou se isso vira um ciclo? Ele faz medicina por vontade dos pais, mas sonhava em fazer artes plásticas. Então, obriga meu futuro neto a fazer artes plásticas, sendo que ele queria seguir carreira militar. E meu bisneto acaba se tornando tenente da marinha e engole o desejo de ser advogado. E todos vivem frustrados, profissionalmente, sem amar o que fazem. E o ciclo segue até que alguém quebre!

É bom sempre lembrar que uma criança é um ser único, com seus próprios desejos e sonhos. Temos que ficar atentos para saber se estamos indo além de uma orientação e passando para uma forçação de barra que pode prejudicar o bambino!

Mas se ele for poliglota, guitarrista de banda de rock, jogador da seleção e campeão olímpico de natação, eu não ficaria nada triste!

Nenhum comentário:

Postar um comentário